A escassez financeira intensifica o sofrimento emocional feminino, revela a ciência
Entenda como a falta de recursos financeiros pode afetar profundamente a saúde emocional da mulher
.png)
Psicoterapeuta especialista em crenças limitantes
Através de estudos científicos recentes, vamos desvendar como esses impactos emocionais podem ser enfrentados, compreendidos e, mais importante, ressignificados.
O que é escassez financeira: uma visão além do saldo bancário
A palavra "escassez" tem origem no latim excarpsus, que remete à ideia de algo retirado ou separado em pequenas porções — ou seja, pouco, insuficiente.
A escassez não tem a ver somente com números ou a ausência de dinheiro físico.
Mas a escassez financeira — é a percepção subjetiva de insuficiência, ou seja, de que os recursos são insuficientes para suprir as necessidades e desejos.
Essa percepção leva a mulher a uma preocupação constante, foco no curto prazo e redução da capacidade de planejamento.
Essa definição vem de estudos recentes, como o publicado pela Harvard Business School, que provou que a escassez financeira altera a forma como pensamos, sentimos e decidimos.
Quando o cérebro acredita que não há recursos suficientes, ele entra em "modo de sobrevivência" e passa a funcionar em um estado que os cientistas chamam de "efeito túnel": tudo o que está fora da preocupação imediata com o dinheiro desaparece do campo de visão mental.
Esse modo de funcionamento estreita a capacidade de planejamento, prejudica a tomada de decisões e mina a confiança.
A pessoa começa a viver no piloto automático, constantemente reagindo ao presente, sem conseguir projetar ou construir o futuro.
Como a escassez financeira afeta emocionalmente a mulher
A escassez financeira tem efeitos profundos na saúde emocional da mulher.
Ela não apenas provoca preocupações práticas com dívidas, contas e sustento da família, mas toca em camadas mais profundas da autoestima, da identidade e da sensação de valor pessoal.
O estudo citado acima foi realizado com homens e mulheres, e evidenciou que a escassez, de forma geral, acarreta elevados níveis de estresse, sensação de impotência, ansiedade e baixa autoestima em ambos os sexos.
No entanto, ao observar os recortes por gênero, percebe-se um impacto emocional ainda mais acentuado entre as mulheres.
Uma pesquisa conduzida pela Bankrate revelou que 46% das mulheres relataram que o dinheiro impacta negativamente seu bem-estar mental, provocando sentimentos de ansiedade, depressão, insônia e estresse — em comparação com 38% dos homens.
Além disso, a pesquisa destaca que, entre aqueles que disseram que o dinheiro impacta negativamente sua saúde mental, as mulheres estão mais preocupadas do que os homens em ter economias de emergência suficientes e em pagar pelas despesas do dia a dia (respectivamente 60% e 59%, contra 53% cada para os homens).
Esse dado reforça o que muitas mulheres já sentem na pele: a relação com o dinheiro é carregada não apenas de responsabilidades, mas de sobrecarga emocional.
Esse sofrimento é intensificado por fatores sociais e culturais que recaem sobre as mulheres, como a responsabilidade pelo cuidado da família, a dupla ou tripla jornada de trabalho e o sentimento de culpa ao priorizar seus próprios sonhos e ambições financeiras.
As crenças limitantes que perpetuam a escassez
Por trás da escassez financeira, quase sempre existem crenças limitantes profundas — ideias enraizadas que moldam a forma como a mulher vê o dinheiro, o sucesso e a si mesma.
Essas crenças, formam o pano de fundo emocional que sustenta ciclos de autossabotagem e dificuldade de prosperar.
Entre as mais comuns, podemos destacar:
“Não posso ganhar mais do que meu marido.”
“Dinheiro não traz felicidade.”
“Se eu for rica, as pessoas vão se afastar.”
“Preciso escolher entre crescer financeiramente ou espiritualmente.”
“Para ter dinheiro, é preciso se sacrificar até o limite.”
Essas frases, repetidas como verdades ao longo da vida, se tornam lentes distorcidas que fazem com que a mulher se limite, se sabote ou se acomode em situações financeiras que não refletem seu potencial.
O primeiro passo para romper esse ciclo é tomar consciência dessas crenças — e compreendê-las não como falhas pessoais, mas como construções mentais que podem ser ressignificadas.
Ressinifique as crenças para sair da escassez
Ressignifiar as crenças limitantes é como trocar o solo onde você planta seus sonhos. Se a terra está cheia de pedras de culpa, medo e crenças negativas, não importa o quanto você regue — os frutos não virão com abundância.
Por isso, o trabalho de ressignificação é essencial para sair do ciclo da escassez.
Aqui estão cinco atitudes práticas para começar esse processo:
• Reconheça a dor sem julgamento
Muitas mulheres carregam vergonha por estarem em dificuldades financeiras, acreditando que isso as torna menos capazes ou merecedoras.
Mas a escassez não é um fracasso individual — ela é, muitas vezes, o resultado de uma somatória de contextos, histórias e estruturas sociais.
Permita-se sentir, reconhecer e acolher essa dor. Isso já é um passo de coragem.
• Questione as crenças herdadas
Reflita: de quem você aprendeu a ter medo do dinheiro? Quais frases ou histórias você ouviu na infância sobre riqueza, ambição, prosperidade?
Ao identificar essas crenças, escreva-as no papel e pergunte: isso ainda serve para mim hoje? Essa verdade é realmente minha?
• Crie afirmações de reprogramação
Frases como "Eu mereço prosperar sem me sacrificar até o limite", "Dinheiro é uma ferramenta de liberdade e não de culpa" ou "Posso crescer financeiramente e espiritualmente ao mesmo tempo" são poderosos antídotos mentais.
Repeti-las diariamente ajuda a criar novos caminhos neuronais e abrir espaço para uma nova realidade.
• Cerque-se de referências positivas
Busque mulheres que inspiram — não apenas pela riqueza material, mas pela liberdade de pensamento, leveza e coerência com seus valores.
Inspire-se em histórias reais de superação, leia livros, ouça podcasts e participe de comunidades que alimentem sua nova mentalidade.
• Invista no autoconhecimento
A verdadeira transformação financeira começa na mente. Terapias, mentorias e cursos que unem o olhar emocional com o financeiro são fundamentais para romper o ciclo da escassez.
O caminho da abundância não começa na planilha — começa na mente.
A escassez financeira como sintoma — e não identidade
É importante lembrar que a escassez financeira não define quem você é. Ela é um estado transitório, uma fase, um cenário que pode ser transformado.
Quando você começa a se olhar com mais compaixão, quando entende que é possível mudar a forma como pensa e sente em relação ao dinheiro, o externo começa a mudar também.
Assim como uma planta precisa de luz, água e tempo para florescer, sua jornada de liberdade financeira também exige cuidado, paciência e persistência.
Descubra como romper bloqueios internos e conquistar uma vida com mais autonomia, leveza e propósito no artigo:
Liberdade financeira para mulheres: o primeiro passo para sua independência e autoestima.
Lembre-se: Você não está sozinha. Existe um caminho possível — e você não precisa trilhar ele às cegas.
➤ Esse conteúdo fez sentido pra você?
Compartilhe com outras mulheres que também querem libertar sua mente da escassez e viver com leveza, segurança e liberdade financeira.
Se você sente que é hora de dar um passo adiante, conheça agora o e-book Jornada da Liberdade — uma leitura transformadora para mulheres determinadas a mudar suas crenças e sua realidade financeira.
Com carinho,
Georrana — psicoterapeuta especializada em crenças limitantes, apaixonada por ajudar mulheres a despertarem para sua liberdade financeira e emocional.
Comentários
Postar um comentário